Otite é a inflamação do ouvido. Pode ser classificada em otite externa ou otite média.
Otite Externa
A otite externa é a inflamação da região da orelha externa, revestida por pele e constituída pelo pavilhão auricular e o conduto auditivo externo que termina numa membrana chamada tímpano. Sua função é localizar a fonte sonora, amplificá-la e levá-la até a segunda região, a orelha média.
Os principais sintomas são: dor muito forte, inclusive à manipulação da orelha, secreção local e edema do conduto auditivo.
É o tipo de otite mais comum no verão ou após molhar prolongadamente os ouvidos.Necessita avaliação do otorrinolaringologista, eventualmente procedimentos de limpeza e curativo do canal do ouvido e tratamento medicamentoso específico.
Otite Média
A orelha média é a região do ouvido que inicia após a membrana timpânica. Na orelha média, o som é amplificado pelos ossiculos (martelo, bigorna e estribo), até atingir a orelha interna formada pela cóclea e os canais semicirculares (ou labirinto). A Inflamação na orelha média é chamada de otite média.A otite média aguda é uma infecção por bactérias e vírus. Costuma ocorrer durante ou logo após gripes e resfriados. É um tipo de otite comum em crianças, mas pode acometer pessoas de qualquer idade. Se não tratada adequadamente pode gerar complicações ou ainda cursar com um quadro de cronificação (otite média crônica). A otite média (OM) representa uma das doenças mais prevalentes, constituindo-se em um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Estima-se que anualmente sejam gastos cerca de 5 bilhões de dólares com esta condição nos Estados Unidos e que ela seja a segunda maior causa de consultas ambulatoriais neste país na população de menores de 15 anos.
Calcula-se que 0,5% a 30% de qualquer comunidade apresenta otite média crônica (OMC) e provavelmente acima de 20 milhões de pessoas convivam com esta condição em todo o mundo. Alguns estudos apontam para uma incidência de 18 casos de OMC por 100000 habitantes/ano e, destes, cerca de 4,2 seriam com a presença de colesteatoma, que é uma forma mais grave da doença.A otite média pode ter um impacto imenso nos indivíduos afetados. Apesar de a maioria dos casos apresentar evolução aguda e não deixar sequelas, uma parcela considerável pode evoluir com complicações graves ou tornar-se crônica. Quando isso ocorre, os pacientes geralmente apresentam limitações funcionais e repercussões importantes em sua qualidade de vida, tais como perda de audição e secreção fétida recidivante. Os casos mais severos chegam a desenvolver paralisia facial, vertigem e focos infecciosos
intracranianos.A definição de otite média crônica (OMC) é firmada a partir de aspectos clínicos e histopatológicos. É tradicionalmente caracterizada por perfurações timpânicas, colesteatomas, secreção otológica recorrente e hipoacusia.
A OMC é uma doença que apresenta um leque amplo de manifestações clínicas. Ela pode ser desde um achado ocasional, nos casos de “otite média silenciosa” até uma doença incrivelmente sintomática que leva a prejuízos incalculáveis aos pacientes acometidos. A presença de retrações na membrana do tímpano, secreção com membrana timpânica (MT) íntegra, perfurações timpânicas com supuração purulenta e a formação de colesteatomas exemplifica essa diversidade dentro da mesma doença.